Exploração de Grutas no Parque Estadual Pedra Branca

As grutas que ocorrem na cidade do Rio de Janeiro são relativamente conhecidas, principalmente as que se localizam na floresta da tijuca, como a Gruta dos Morcegos, amplamente visitada pelos turistas e visitantes do parque. Carlos Manes Bandeira foi um grande estudioso e explorador de cavernas na cidade do Rio de Janeiro, revelando centenas de grutas e abrigos. O seu importante papel no desenvolvimento da espeleologia fluminense é também reconhecido pela escolha no nome das grutas que ocorrem no Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB).

Eu escrevo nome "das grutas" porque o que é recohecido como Gruta Carlos Bandeira parece estar um pouco ambíguo, tanto no conhecimento formal quanto no conhecimento informal, pessoal de cada um que conhece e visita a região. No Livro Guia de Trilhas do PEPB, publicada pelo INEA (clique aqui para baixar a partir do site oficial), aparecem fotos de diversos abrigos designados como Gruta Carlos Bandeira, e eles apresentam dois pontos de ocorrência das mesmas. Em julho de 2016, em visita ao parque, a equipe da EspeleoRio foi em busca destas cavernas, acessando o parque pelo Núcleo Pau da Fome. Constatamos a presença de diversos blocos e enormes matacões rolados/basculados, os quais podem atingir mais de 20 metros de altura/diâmetro.

O basculamento, ou, o movimento destes blocos gigantescos de rocha acabam produzindo espaços vazios entre um bloco e outro, muitas vezes coberto por solo e vegetação. Dessa forma diversos abrigos são formados. Um em espacial, chegou a formar um pequeno conduto, escuro, sem entrada de luz, por 27 metros. Considerou-se essa caverna como a oficial Gruta Carlos Bandeira, por sua elegância e tamanho, comparada com as outras grutas da área. Apesar das grutas não penetrarem o subsolo de fato, a formação desses espaços merecem atenção, pois elas se relacionam ao processo erosivo das montanhas do Rio de Janeiro.